quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Três tradições gastronômicas para o reveillon

Por Joaquim Carlos

Grécia: Vasilopita
Tradicional da igreja ortodoxia grega, a vasilopita teve sua origem em Cesareia, região de Capadócia (Ásia Menor), na segunda metade do século IV quando o Bispo Basílio Magno com a intenção de distribuir dinheiro aos pobres sem parecer esmola solicitou às suas colaboradoras que colocassem moedas de ouro em um pão adocicado, o que veio a surpreender essas famílias ao cortar e alimentarem-se do pão. São Basílio foi o primeiro padre a criar um orfanato para crianças e um hospital cristão em beneficio aos necessitados.
Assim, a tradição mantém-se fortemente até os dias atuais, entretanto, hoje é colocada apenas uma moeda no pão vasilopita. No primeiro dia do ano é cortado pelo membro mais velho da família e distribuído aos demais - cada fatia de pão é cortada em memória a alguém: a primeira em homenagem à Jesus Cristo, a segunda à Virgem Maria, a terceira ao São Basílio Magno e as demais a quem ou o que tiver em mente (família, casa, igreja, pobres, visitantes, etc.). Aquele que receber a fatia com a moeda é abençoado ao ano seguinte.
Vasilopita. Fonte: Google imagens


Espanha: As doze uvas
O hábito de comer doze uvas no ritmo das doze badaladas de sinos na virada do ano foi fortemente difundido em vários países da América latina, tal hábito provém dos espanhóis, que segundo a lenda, surgiu no ano de 1909 quando houve um excedente na produção de uvas, assim, para incentivar as vendas naquele ano os viticultores propagaram como marketing que esta ação de comer doze uvas traria sorte durante os doze meses do ano, assim, este hábito perdurou até os dias atuais.

Brasil: Lentilhas
Segundo a tradição brasileira se você deseja atrair prosperidade, fartura e sorte para o próximo ano não pode deixar de comer lentilha no réveillon, essa superstição advém dos imigrantes italianos ao Brasil, os quais conheceram o cereal quando este foi introduzido na Itália durante a ocupação moura na península Ibérica – sua simbologia decorre pelo fato de serem pequenas e achatadas como uma moeda, mas também por aumentarem de volume ao serem colocadas em água, conotando assim fartura e dinheiro. Na Itália é comum na virada do ano comer lentilhas com zampone (pé de porco recheado com miúdos e peles temperado com pimenta, canela e cravo).
Segue abaixo uma receita de salada de lentilha para aqueles que desejarem seguir a tradição.
 
Salada de Lentilhas. Fonte: Google Imagens

Salada de Lentilhas
Rendimento: 08 porções
Ingredientes
500 g              lentilhas castanhas
02 un.             Cebola roxa em julienne (tirinhas)
06 un.             Rabanetes laminados
300 g              Tomate-cereja
30 g                Salsa Picada
100 g              Agrião

Modo de preparo
Cozinhe as lentilhas em água fervente com uma pitada de sal por quinze minutos, escorra-as e reserve. Junte os demais ingredientes e misture. Regue com azeite, vinagre balsâmico e tempere com sal (ou flor-de-sal) e pimenta-do-reino.


REFERENCIAS

MELLÃO, Hamilton Jr. Lentilha significa fartura na ceia dos italianos. Disponível em:<http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1994/12/30/ilustrada/19.html>.>acesso em 30 dez 2014 às 22h20min.

PATMOS PRESS. A história da vasilopita. Disponível em:<http://vasilopita.com/story.html>.acesso em 30 dez 2014 às 23h02min.

EFE. Costume de comer uvas no réveillon completa um século. Disponível em:<http://mais.uol.com.br/view/mqjcbg9znoh1/costume-de-comer-uvas-no-reveillon-completa-um-seculo-04023568C0895326?types=A>.acesso em 30 dez 2014 às 23h10min.

sábado, 13 de dezembro de 2014

Spätzle - receita típica da Hungria

Por Vanessa Fujihara

Em maio de 2013 tive a oportunidade de representar o SENAC do Campus Águas de São Pedro juntamente com minha colega de classe Maria Júlia Doriguello e com os docentes Fábio Stoco e Michele Novembre em um evento no colégio Anglo em Paulínia que consistia numa feira de profissões na qual haveria a divulgação do curso de gastronomia.

Neste dia, enquanto os docentes realizavam palestras e esclareciam dúvidas dos jovens, eu e a Maria Júlia finalizávamos e servíamos uma receita típica da Hungria, o Spätzle, que consiste em uma massa mole feita com ovos, farinha, sal e água. É cozida em água fervente e seu formato final fica bem heterogêneo, podendo ser visto na imagem a seguir:

Spätzle. Fonte: My kitchen in the rockies. 
Diponível em: <http://www.mykitchenintherockies.com/2012/03/05/spatzle-german-noodle-dish/>

É uma preparação nutritiva que apresenta muitas variações por conta da sua versatilidade, sendo comum encontra-lo também na Alemanha, Suíça e Áustria tendo como acompanhamento um delicioso goulash. Este prato foi escolhido para o evento por ser de simples preparo, diferente, baixo custo e por ser viável finalizá-lo em frente às pessoas que passavam pelo local. Esta receita foi adaptada, sendo acrescidas folhas de couve para dar coloração à massa e um toque brasileiro.

Além de chamar bastante a atenção das pessoas por sua estética que não segue os padrões a que estamos acostumados, o seu sabor surpreendeu a todos, que disseram que tal prato lembra o gnocchi.
O professor Fábio nos passou sua receita e aqui estamos para disponibilizá-la a vocês:

Spätzle
1 maço de salsinha
5 ovos
1 kg farinha de trigo
800 mL de leite
½ colher de chá de sal
1 pitada de noz moscada
0,3 quilo de manteiga
0,6 quilo de parmesão

Modo de Preparo
Bater no liquidificador a salsinha os ovos e o leite. Coloque em um bowl e misture a farinha , sal e noz moscada. Coloque em um recipiente especifico (pode ser uma assadeira com furos, utilizada para cozimento a vapor). Coloque em cima de uma panela com água quente, sem estar fervendo, e vá passando um pão duro na massa, deve formar pequenos cordões, que vão cair na água e cozinhar. Dar um choque térmico e reservar. Saltear na manteiga e finalizar com o queijo.


Referências
História Spatzle. Disponível em:< http://www.eu-gourmet.com/2013/08/o-spatzle_22.html> Acesso em Dez./2014.
Spatzle.Diponível em:<http://www.mykitchenintherockies.com/2012/03/05/spatzle-german-noodle-dish/> Acesso em Dez./2014.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Chocolate: a qualidade Belga

Não há ao certo registros de quando foi descoberto o cacau, todavia sabe-se que é originário das regiões tropicais da América do Sul e Central. Surgiu milhões de anos atrás na floresta Amazônica entre os rios Orenoco (que nasce na Guiana e se estende para a Venezuela) e o Amazonas.

Em 1519 com a conquista do México pelos espanhóis sob o comando de Fernando Cortez, foi descoberta pelos colonizadores a bebida à base de cacau feita pelos nativos, o qual era denominado pelos índios o fruto cacahuatl. Embora tivessem achado a bebida amarga, descobriram que ela fornecia muita energia ao corpo. Quando em 1520 foram levadas da América para a Europa, tendo início a expansão das primeiras fábricas de chocolate no final do século XVI com o casamento do rei francês Luís XIII com a infanta Ana, da Áustria.

O que difere o chocolate Belga dos demais é a seleção criteriosa dos seus ingredientes, principalmente da qualidade do cacau, pois devem ter a maduração, cor e tamanho e peso adequado à produção. As sementes passam porum processo de moagem para obtenção do pó, outro grupo de sementes são espremidas e prensadas para a obtenção da manteiga de cacau.

Junta-se estes componentes com açúcar e leite em pó. O segredo do chocolate Belga está na concentração do cacau em sua produção e a na utilização de 100% da manteiga de cacau no que corresponde a composição de gordura, enquanto outros produtores normalmente utilizam parte de gordura vegetal e uma concentração menor de manteiga de cacau.
Chocolate. Fonte: Google imagens


Referência
MERCEDES, Diego Maria de lãs; GRILLI, Gisel Ileana. El chocolate y La repostería Belga. Instituto Superion nº 4044. Santa Fé: 2013. Trabalho de conclusão de curso. Disponível em:< http://www.repotur.gov.ar/bitstream/handle/123456789/4013/Chocolate_Belga.pdf?sequence=2>. Acesso em 12 dez. 2014 às 9h40min.


ABIC. Do cacau ao chocolate. Disponível em:< http://www.abicab.org.br/associado-chocolate-e-cacau/historia/>. Acesso em 12 dez. 2014 às 9h50min.

A tradicional culinária austríaca

A rica culinária austríaca é composta por uma mistura de tradições locais, mas também de inúmeras outras especialidades europeias. Em sua capital, Viena, a cozinha regional traz aos visitantes deliciosas preparações como o wiener schnitzel (escalope vienense), gulash (espécie de guisado cozida com especiarias), o queijo do Tirol e claro, os deliciosos presuntos.

Outros pratos austríacos e que tiverem grande aceitação no Brasil são os Palatscginken (crepes), o Apfelstrudel (folhado de maçã) e a torta de chocolate Sacher, também típicos da cozinha vienense.

Para refeições mais rápidas, Viena conta também com os Kaffeehaüss (casas de café) com opções interessantes de diversos pratos típicos, além disso, você poderá encontrar também os würstel stands (quiosques) pelas ruas a venderem as típicas salsichas austríacas.

Para quem aprecia a gastronomia não pode deixar de visitar o Naschmarkt Linke & Rechte Wienzeile, um dos maiores e mais antigos mercados de Viena, onde encontrará facilmente os produtos locais, mas também excelentes restaurantes austríacos, árabes, chineses e japoneses.

Salzburg Nockerl. Fonte: Google Imagens

Aprenda a fazer o delicioso Salzburg Nockerl (Suflê de Salzburgo)
Rendimento: 03-04 porções

05 ovos
04 colheres sopa de açúcar de confeiteiro
01 colher de chá de farinha de trigo
03 colheres de sopa de manteiga
Raspas de limão

Modo de preparo: Separe as gemas e as claras de ovos, bater o último com 3 colheres de sopa de açúcar de confeiteiro até ficar bem firme. Adicione 3 gemas, a farinha e as raspas de limão. Misture a manteiga e o restante de açúcar de confeiteiro com o leite e aqueça em fogo baixo até dissolver o açúcar. Junte as duas misturas cuidadosamente para não perder aeração, coloque a massa em ramekins e asse à 200ºC até que fique dourado. Polvilhe com um pouco de açúcar de confeiteiro e sirva quente.

Referências
VISIT SALZBURG. Sobremesas: o lado doce da Austria. Disponível em:< http://www.visit-salzburg.net/dining/desserts.htm>. Acesso em 12 dez às 14h00min.

UOL VIAGEM. Viena. Disponível em:< http://viagem.uol.com.br/guia/cidade/viena---gastronomia.jhtm>. Acesso em 12 dez às 13h30min.


TURSIMO AUSTRIACO. Gastronomia. Disponível em:< http://www.austria.info/es/gastronomia-en-austria/gastronomia-1133775.html>. Acesso em 12 dez às 13h15min.

Rússia: A origem do Strogonoff


 Por Igor Vaz

Segundos vários pesquisadores da gastronomia, o Strogonoff ou Strogonov foi criado no século XVI para compor a alimentação dos soldados russos durante as guerras, a carne fatiada era armazenada em sal grosso e aguardente para evitar que esse alimento se perdesse com o passar dos dias. O nome vem da família russa Stroganov e os primeiros conhecimentos obtidos sobre o método de armazenamento da proteína datam de uma época anterior ao ano 1500.

O aperfeiçoamento do prato com a adição de outros ingredientes como especiarias e batatas cozidas é atribuído a um membro da família Strogonov, um cozinheiro da corte do Czar Pedro, o Grande. Ainda assim, outra teoria da origem do nome é defendida pela Larousse Gastronomique, que defende o fato de que o nome pode ser derivado do verbo strogat, que, em russo, significa "cortar em pedaços".
Strogonoff tradicional. Fonte: Google Imagens
Com a revolução russa de 1917 e a imigração em massa dos russos para a Europa, a receita do prato exótico chegou até a França, onde houve as adições de champignons, páprica, mostarda e creme de leite; E, de lá, se espalhou pelo o mundo. No Brasil, o prato chegou com a colonização francesa do norte do continente Sul americano e do nordeste brasileiro. Na América, o prato foi modificado com a utilização de outros ingredientes para a sua composição, como o uso de outras carnes e a adição de ketchup ou molho de tomate. 


Referência
CULINARIA E HISTÓRIA, Strogonoff. Disponível em: <http://culinariaehistoria.blogspot.com.br/2013/07/strogonoff-delicia-russa.html/>  Acesso em 10 de dez. 2014.
BEEFSTROGANOFF, Beef Stroganoff History. Disponível em: < http://www.beefstroganoff.net/history.php>  Acesso em 10 de dez. 2014.
COOKSINFO, Beef Stroganoff. Disponível em: <http://www.cooksinfo.com/beef-stroganoff> Acesso em 10 de dez. 2014.